Tentando me conhecer, sinto que abandonei uma das características criativas que mais curtia: fantasiar romances. Juro que tento, mas, agora, estou com os dois pés no chão e não consigo mais escrever sobre relacionamentos que só existiam na minha mente.
Exemplo:
Um carinha/amigo me deu atenção, foi gentil e eu comecei a sentir algo por ele. Daí bateu a necessidade de escrever sobre, fantasiando um romance ou algo entre a gente. Logicamente, o resultado era euzinho me machucando.
Nesse processo todo, ao invés de ficar ok com a situação e com o ego já alimentado com a fantasia criada, na verdade, eu colocava minha autoestima em julgamento. Começava a acreditar que fulano não me queria porque sou gordo, feio e alimentava pensamentos depressivos e auto sabotadores.
Com o passar do tempo e todo o processo terapêutico, estou aprendendo a lidar com pensamentos do tipo e a não me machucar tanto, deixando de acreditar que ninguém me quer por conta da minha aparência. Obviamente, essas crenças estavam enraizadas desde a infância e tudo o que ouvi de parentes e pessoas que admiro.
Sinto um bloqueio ou uma não necessidade de depositar nos meus escritos uma sofrência que nunca existiu. Parei de demonizar quem queria apenas uma amizade e, devido a minha carência, eu esperava viver um romance igual aos livros que leio.
No fim, aqueles meus amores platônicos não estavam errados em continuarem por perto, mesmo eu insistindo pra nos afastarmos. Porém, eu também não estava errado.
Afinal, como exigir que alguém acerte algo que nunca foi ensinado? Até onde eu sei, não somos magos, tampouco temos bola mágica!
A vida é uma sucessão de: errar pra acertar. E eu errei muito num passado não tão distante. Mas tenho acertado vez ou outra.
Agora sei o que quero, quem necessito ao meu lado e, talvez, seja por isso que não sinto necessidade de dedicar meu tempo a sentimentos ilusórios e que nada me acrescentavam.
Eu estou sonhando e depositando energias nas coisas reais, sabe? Tem me feito um bem danado, inclusive recomendo.