O grande amor da minha vida

segunda-feira, outubro 25, 2021

Outro dia, durante mais uma sessão com a minha terapeuta, conversamos sobre a minha facilidade de me apaixonar facilmente por qualquer carinha que me dessa atenção. Chegamos à conclusão de que eu me perdia no meio de fantasias, me machucando com as expectativas criadas por mim mesmo.

Em determinando momento, a terapeuta me jogou o seguinte questionamento: “Como seria a pessoa ideal pra você? Já pensou nela?”. Eu travei por um momento, porque nunca havia idealizado alguém. Não pensei nas características físicas, modo de falar, me tratar…

Sem ter referências em mente, me apaixonava por qualquer hétero que aparecesse e mantivesse uma amizade comigo. Não importava, por exemplo, se ele era bolsominion, preconceituoso, etc. O critério era: se me deu atenção, é sinal de que queria algo. É uma mistura de carência com devaneios involuntários, sabe?!

Ainda na bendita sessão, a terapeuta me fez parar alguns minutos pra pensar nesse tal grande amor da minha vida. Com muito carinho fui falando algumas características.

A pessoa que vai curtir a velhice junto comigo precisa gostar de arte, cultura, mas também amar aqueles programas cheio de vergonha alheia. Ela precisa saber dosar o nível de informação (in)útil.

Para estar ao meu lado, esse alguém precisa ser humilde fora do comum. De se enxergar no próximo à doar os últimos centavos, quando ver alguém pedindo ajuda. É necessário também saber dizer “não”, afinal, há momentos em que a gente tem que se priorizar.

Não me importo com o tom de pele, situação financeira, tampouco estudo. Quero alguém que seja engraçado e enxergue a vida de forma leve, sempre tentando encontrar o lado positivo em meio a tanta desgraceira.

O grande amor da minha vida é aquele que vai me encantar com sua completude e fazer a minha vida ser mais feliz. Não quero que ele me complete de forma alguma, pois sou parte única e espero que ele se sinta da mesma forma.

Não me importo se esse grande não for amor semelhante às minhas idealizações, afinal, elas não são regras. Só quero que esse alguém me traga momentos felizes, deixe os dias mais coloridos e me permita participar dos momentos bons e não tão legais de sua vida.

Pode custar o tempo que for. Hoje, amanhã, ano que vem… Só quero que essa pessoa apareça no momento em que sentir que chegou a hora de viver uma vida compartilhada.

Enquanto isso, continuarei no processo de autoconhecimento. Afinal, como podemos somar na vida do outro se não sabemos somar nem na nossa?

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Sobre o blog


No ar desde 2011, o "Não me venha com desculpas" é um blog pessoal, feito por uma pessoa (a)normal.

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