Talvez eu seja só um escrevinhador
domingo, julho 25, 2021Quando reflito sobre o momento inicial da minha escrita, vou parar lá nos 3 anos de idade. Tenho poucas lembranças da época, mas é bem clara a imagem do pequeno Adriel segurando um livro velho, com vários lápis de cores pra rabiscar as páginas, crendo que estava escrevendo algo.
Já aos 3 anos, minha mãe me colocou na Creche Regina Siqueira Campos pra cursar o Jardim I. A professora passava desenhos, atividades e ensinava o A, E, I, O, U. Obviamente, quando chegava em casa, ia colocar tudo em prática. Os livros das minhas tias eram os escolhidos. Confesso que eu tinha curiosidade pra saber o que aquele monte de letras queriam dizer, e talvez seja por isso que adoro pegar qualquer livro que aparecer na minha frente pra ler a sinopse.
Continue rabiscando livros até que fui pro primário. Na Escola Municipal Aurélio Buarque de Holanda, o pessoal do SESI sempre nos dava kits com histórias em quadrinho do Seninha. Eu adorava ler as histórias e responder aos desafios. Foi aí que a leitura me pegou de vez!
Aos 10 anos fui estudar na Escola Estadual Marechal Rondon. A instituição era imensa, tinha dezenas de salas e uma biblioteca enorme. No intervalo, meus colegas iam brincar de pega-pega e eu… Corria pra biblioteca pra pegar livro emprestado. No início era histórias em quadrinho, mas logo conheci um universo repleto de livros infanto-juvenis e me viciei.
Toda semana pegava de 1 a 2 livros emprestados. Como sou filho único e não tinha vizinhos da minha idade, o que me restava era ler. E eu lia. Passava o tempo inteiro na companhia de histórias incríveis, escritas por gente que tenho uma profunda admiração.
Foi no ensino fundamental que comecei a escrever e criar algumas coisas. Textos ruins, com pontuação horrível, mas que me permitiram explorar a criatividade. No Centro de Ensino Médio Benjamim, outra escola estadual, resolvi criar esse blog que escrevo desde 2011. A ideia era redigir artigos de opiniões pra melhorar a escrita e me manter atualizado pra fazer uma boa redação, no vestibular. Porém…
Em meio aos blogs que ia lendo, fui descobrindo as crônicas, contos, textos melosos e um ambiente repleto de coisas novas. Entendi que artigo de opinião ficariam pros colunistas de revistas e portais de notícias. O que me fazia bem mesmo era escrever sobre a vida, causos do dia a dia e, claro, o amor.
Não sei quantos textos já publiquei aqui sobre relacionamentos, mas é o que me faz bem. É a melhor forma que encontrei pra me esvaziar por completo e ficar mais leve. Quando alguém se identifica com os relatos e me diz isso nos comentários, a sensação é de que não estou sozinho e tudo vai ficar. E Sempre fica.
Desde 2019 me aceitei como escritor, mas a síndrome do impostor me impede de falar em alto e bom som. Ainda acho que os contos publicados na Amazon não são bons, as minhas crônicas são mais do mesmo… Mas, fazer o quê? Eu escrevo! Há muito tempo eu coloco em palavras tudo o que vejo, sinto e penso.
Talvez eu não seja escritor. Posso ser um escrevinhador (quem escreve com má qualidade, obras sem valor)?
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