O jogo

segunda-feira, setembro 04, 2017

A primeira vez em que o vi foi numa festa. Mais uma daquelas badalações gays, onde o foco de todos era beijar. Como sempre, fui na intenção de conhecer novas pessoas e, quem sabe, conquistar mais um contatinho pra lista de decepções.

Ao chegar ao evento, avistei-o junto com o seu namorado. Eles estavam na portaria, sorrindo, felizes. Um casal maravilhoso. Confesso que a minha primeira impressão foi do tipo “uau, que lindos juntos!”. Pessoalmente nunca havíamos nos visto, mas sabíamos da existência um do outro por termos amigos em comum. Nessa festa trocamos um ou dois olhares, e só.

A segunda vez que o vi foi no shopping. Novamente, ele e o namorado estavam juntos, no cinema. Por escolha do destino (?) ou não, entramos na mesma sessão. Ele ficou na poltrona ao meu lado. Nada aconteceu entre a gente. Dessa vez, nem troca de olhares.

A terceira vez também aconteceu. Novamente no cinema. Subimos no mesmo elevador e foi ali que percebi que ele deu em cima de mim. Ele apertou meu peito, meu traseiro, me abraçava de um jeito estranho… Fiquei desconfortável, pois eu tinha muito respeito pelo casal, afinal, até li éramos amigos.O jogo virou e não sei se foi à meu favor. Eu e o Armando nos aproximamos. Mais do que o normal. Ele foi estudar na minha faculdade, grudou em mim querendo a minha companhia nos primeiros dias (pra não se sentir sozinho)… E foi a partir daí que surgiu uma conexão, que começamos a nos olhar ainda mais estranhamente.

Mensagens rolavam o tempo todo, a toda hora. Confesso, era ótimo ser surpreendido com textos e áudios picantes. Aquilo me despertou uma curiosidade em conhecê-lo melhor, mais profundamente.

A saída entre eu e ele rolou. Sozinhos fomos caminhar no parque. Era uma noite estrelada, disso não esqueço. Em um determinado momento, sentamos para descansar. Ele se apoiou sobre as minhas pernas, começando a percorrer o meu corpo com as suas mãos. Foi intenso.

Quando já não mais aguentava, ele percebeu o quão excitado estava. Armando sabia que eu tinha uma queda por ele, por isso me levou até o seu carro para “passearmos” pela cidade. Paramos num mirante e lá a coisa rolou. A nossa primeira vez juntos aconteceu.Depois do sexo, olhamos um para o outro com muito medo. O que fizemos era errado, mas… sabe quando o errado é bom? A nossa conexão era maravilhosa… Ele completava uma parte que faltava em mim e eu, claro, mesmo inseguro tentava ser o suficiente pra ele.

Porém, não fui.

Após a primeira noite juntos, ele sumiu. Na desapareceu totalmente. Ele continua curtindo as minhas fotos, comentando e me cumprimentando na faculdade. Mas aquele fogo que existia entre a gente acabou, pelo menos da sua parte. Ele tornou-se frio, indiferente…

Estou me sentindo num jogo, onde tenho de ceder um pouco pra vencer mais na frente. Só não sei quanto tempo continuarei assim. Quero gritar, esmurrá-lo… Quem me provocou foi ele. Eu estava quieto, no meu canto. Mas deixa… Se me chamou pra luta, agora vai ter de aguentar até o fim. O karma volta e dessa vez ele vai funcionar direitinho com Armando. Ah, vai! Não me apaixonei à toa. Não mesmo. 

*texto totalmente fictício 

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No ar desde 2011, o "Não me venha com desculpas" é um blog pessoal, feito por uma pessoa (a)normal.

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