Sem filtro

quarta-feira, novembro 22, 2017

Muita balada, farra e gaitadas faziam parte da vida de Ricardo. Ele vivia conectado, recebendo centenas de mensagens dos amigos que chamava-o para mais uma noite de curtição. Ele era um daqueles caras que não era rico, mas vivia rodeado de pessoas que possuíam uma condição financeira ok. Esse okay significa: capazes de bancar as festinhas, bebida e afins.

Ricardo era jovem, ainda na casa dos 23 anos idade. Possuía sonhos, desejos e objetivos de vida. Aos estranhos ele era muito tímido, já para os amigos era a verdadeira definição de puta-doida.

Por ser bastante extrovertido e engraçado diante de conhecidos, Ricardo também adorava compartilhar (virtualmente) um pouquinho desse seu lado “deboísta”, pois a internet não o amedrontava como a ideia de um papo face to face. E as pessoas do outro lado da telinha adoravam acompanhar o dia a dia do jovem… Elas sempre interagiam e se mostravam interessadas no conteúdo.

Porém, a vida de Ricardo não era uma maravilha. Por trás daquela explosão de “felicidade” havia um jovem inseguro, cheio de medo e complexos. É verdade que ele estava emagrecendo pra se sentir melhor diante do espelho, mas, os anseios continuavam batendo à porta.

Rick ainda não terminara a faculdade, havia matérias para pagar, as contas se acumulavam, pois há 9 meses estava desempregado… Para piorar ainda mais a vida offline, o jovem estava com problemas em casa. Infelizmente, o relacionamento dos pais não estava indo bem. Mais um item pra lista de medos.

Em uma dessas noites de bad, após beber todas que podia, Rick ficou pensando sobre a sua vida. As duas vidas: off-line e online. Ele acabou se dando conta de que estava fazendo tudo errado. Diante da câmera do celular era o loucão-descolado, de bem com a vida. Já no privado tudo estava desmoronando e o jovem não sabia o que fazer. Nessas horas ninguém sabe.

Com medo do futuro e sem ter como usar filtros, Rick apenas olhou pro céu e pediu uma luz a Deus. O que fazer com as contas? O que fazer com o relacionamento dos pais? E a grade da faculdade totalmente bagunçada?

Através de muitos questionamentos, dúvidas e medo, Ricardo percebeu uma coisa: a vida real é muito menos divertida do que a virtual. Na mundo off-line não há filtros, e sim lutas. Por isso o medo é grande de perder a batalha, pois isso atrasaria todos os planos de ser incrivelmente feliz.

Sem medo da reação de seus “telespectadores”, Ricardo resolveu fazer uma transmissão ao vivo para desabafar. A surpresa veio quando os internautas começaram a tirar as máscaras, mostrando que, sim, todos nós usamos filtros de vez em quando. E isso não é ruim.  

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Sobre o blog


No ar desde 2011, o "Não me venha com desculpas" é um blog pessoal, feito por uma pessoa (a)normal.

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