Vida de pobre #04: festas
sexta-feira, março 04, 2016Gritaria, bebedeira, gente com a bunda no chão, músicas loucas (isso inclui funk na laje, forró e até mesmo um pagodinho!): essas são as características de uma boa festa de pobre. Claro que temos outros itens, mas os que mais se destacam são esses.
Geralmente a festa dos pobres é marcada antes mesmo de acabar a atual. Enquanto tá todo mundo bêbado, as pessoas concordam que aquela bagunça merece um bis e já elegem qual será a casa do próximo fim de semana. E assim dura o ano inteiro.
Outra coisa que é “normal” na vida dos pobres é que ninguém nunca banca toda a farra. Sempre é combinado quem comprará a carne, gelo, birita… Tudo é dividido, já que ninguém ali é milionário pra fechar um bufê.
Juro que eu me assusto quando vejo os migos rycos gastando horrores, sozinhos, só pra fazer uma bagunça na casa de praia. E olha que chic: casa de praia. Não é simplesmente na casa da cidade, mas num cantinho totalmente privado.
Tenho alguns parentes que têm casa/mansão na beira de um rio daqui do Tocantins, mas quem disse que eles me convidam? Nem ligo também. Minhas festinhas em casa são as melhores. #recalque
O mais legal de tudo é que se uma pessoa desconhecida chegar na festa dos pobres, ela será muito bem recebida; tratada como se fosse da turma/família. Já na festa dos ricos, eles começarão a te olhar diferente, tentando descobrir qual a marca da sua roupa e de qual família rica tu é. Ou seja: ficam de julgando o tempo inteiro. Coisa bem constrangedora e desnecessária.
Resumo do resumo: é na festa do pobre que tu pode se soltar sem ser julgado, pode beber até cair e sempre terá alguém te segurando ali. Diferente dos ricos, que fazem questão de gravar vídeos e compartilhar nos grupinhos do WhatsApp. Se eu estou mentindo? Claro que não! Já passei por uma experiência do tipo numa festinha da elite. Ou seja: melhor mesmo eu andar com o meu grupo, com a minha turma… com os pobres!
E acaba por aqui a série de posts “Vida de pobre”. Espero que tenham curtido os textos. <3
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