Amor paterno? Não sei se tenho!

segunda-feira, outubro 26, 2015

Eu não acho o meu pai a pior pessoa do mundo, mas às vezes me vêm à mente tantas dúvidas a respeito do sentimento dele por mim, e se realmente me queria como filho.
Não quero me fazer de coitadinho, mas tenho muita inveja dos pais dos meus amigos; do meu vizinho, por exemplo… Vejo-os carregando os filhos à todos os lugares que vão; nunca brigam por qualquer bobeira; parabenizam os filhos quando conquistam algo (tipo: ser aprovado na prova da CNH!)… 
São milhares de coisas que eu não tive e sinto esse vazio em mim.
Claro que meu pai não é nenhum monstro. Até hoje nunca me faltou roupa, calçado, comida, mensalidade da faculdade atrasada… Mas sabe quando o principal você não tem? 
Atenção. Sinto falta de atenção e carinho. Porém, eu entendo meu pai. Ele foi criado sem o dele e teve de se virar sozinho na vida. O padrasto dele simplesmente foi horrível, cruel e, talvez, isso tenha feito ele ser que é hoje: às vezes grosso, rude… 
Outra coisa que também deve ter feito meu pai ser hoje um (não) bom pai é o fato da nossa convivência. Somente após os meus 07 anos de idade que meus pais foram morar juntos; antes, eu morava na casa da minha avó e nosso contato foi quase zero. Não tivemos muito contato e não adquirimos muito respeito um pelo outro. Hoje, nos tratamos igual irmãos: com brigas e mais brigas. 
Tento ser menos ignorante, a ficar calado, mas sempre me descontrolo e solto algumas verdades, que eu sei que deve machucá-lo. Mas, e eu? Ninguém pensa em mim? No que eu sinto ao ouvir que sou “gordo”, “animal”…?
Não, não. Não é fácil essa minha vida familiar. Mas eu tento, do meu jeito, encontrar felicidade em tudo isso. A gente não pode é se vitimizar o tempo inteiro.
Acredito que a vida é uma caixinha de surpresas e, quem sabe, um dia isso não se resolverá naturalmente… Até lá, vou continuar (tentando) me controlar e a não falar tantas verdades.

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No ar desde 2011, o "Não me venha com desculpas" é um blog pessoal, feito por uma pessoa (a)normal.

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